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MÉTODOS DE NAVEGAÇÃO

Os métodos de navegação constituem o meio que permite a operação de aeronaves em qualquer trajetória de voo desejada dentro da cobertura de auxílios à navegação, ou dentro dos limites das
possibilidades dos equipamentos autônomos de navegação, ou de uma combinação de ambos.

São compostos por normas e procedimentos de orientação que permitem ao piloto saber o ponto em que se encontra e o destino a ser seguido, a partir do tipo de navegação utilizada. Neste sentido, este capítulo tem o objetivo de abordar os principais métodos de navegação e suas particularidades.

NAVEGAÇÃO CELESTIAL

Este tipo de navegação representa uma das formas mais primitivas de se navegar. Muito praticada por navegadores marítimos, utiliza a observação de corpos celestes – tais como o sol, as estrelas e a lua – como forma de obter a localização e, então, realizar seu deslocamento.

O instrumento utilizado para esse tipo de navegação é o sextante, que torna possível determinar a posição do astro escolhido e sua longitude. Contudo, é importante ressaltar que esse não constitui um meio de navegação mais preciso.

NAVEGAÇÃO VISUAL OU POR CONTATO

É o tipo de navegação mais utilizado no início da carreira de piloto e consiste em se deslocar mantendo referências visuais, como cidades, rios, ferrovias e linhas de transmissão, entre outros fatores relevantes. E
amplamente adotada pelas escolas de aviação que adotam cartas WAC para voos de instrução.

Esse método é utilizado por aeronaves mais lentas e que não voam tão alto, uma vez que o piloto mantém sua rota e localização a partir das referências e, por isso, precisa sempre se manter em contato visual com o terreno.

Exemplificando:

Foi traçada uma rota iniciada em SDBK (Botucatu) com destino a SDPW (Piracicaba). Percebe-se que ela cruza linhas férreas, estradas e rios, utilizados como referências de planejamento e manutenção de trajetória durante o voo.

A marcação vermelha destaca na rota o ponto em que a aeronave passará ao lado direito de Anhembi – setor sul, cerca de aproximadamente 4 milhas náuticas afastada da referência. O mesmo processo vai se repetindo durante todo o deslocamento.

NAVEGAÇÃO ESTIMADA E ELETRÔNICA

Para este tipo de navegação, leva-se em consideração fatores como a velocidade da aeronave, direção a ser voada, intensidade e direção do vento e distância entre as referências, entre outros. Na maioria das vezes, esse método é aplicado em conjunto com outras navegações, como a visual, e até mesmo na radionavegação.

Por exemplo, o piloto, através do auxílio dos instrumentos, calcula o tempo que será demandado desde sua decolagem até o primeiro ponto no mapa. Assim, sucessivamente, vai realizando os cálculos com todas as demais referências do trajeto.

Convém destacar, ainda, que determinados fatores influenciam no deslocamento a ser realizado, como um vento de proa, que implica em um atraso no horário que foi previamente planejado para chegar a determinado ponto. Justamente por esses fatores, os estimados são reajustados a cada referência.

Além disto, a navegação eletrônica consiste em conduzir e posicionar a aeronave através de informações de equipamentos eletrônicos sofisticados e precisos que se encontram embarcados. Esses aparelhos fornecem dados a respeito da navegação de forma rápida e clara. Um grande exemplo a ser citado é o sistema inercial, encontrado habitualmente em aeronaves de alta performance.

RADIONAVEGAÇÃO

A radionavegação consiste na determinação da posição de uma aeronave por meio de marcações rádio ou, ainda, a arte de utilizar sinais transmitidos por uma estação de rádio (feixe direcional) que permite ao navegador se deslocar até seu destino, seja por meio de escuta dos sinais ou por meios visuais de indicadores no painel de instrumentos.

Os mais utilizados são o VOR (Very High Frequency Omnidirectional Range), ao qual será dado maior enfoque; e o ADF (Automatic Direction Finder).

Toda estação em solo de VOR detém uma frequência específica, que deve ser sintonizada através do radionavegador. Para garantir que a sincronização ocorra com um auxílio correto, também é emitido um sinal em código Morse para que o piloto possa ouvir e conferir. Esse sistema transmite sinais em todas as direções (360°) ao redor da estação, através de uma alta frequência, permitindo que a aeronave determine a radial – em rumos magnéticos – que se encontra em relação a esta.

Partindo desse ponto, seleciona-se no instrumento a partir do OBS (Omni Bearing Selector), a radial que deseja se aproximar (indicador em TO) ou afastar (indicador em FROM) da estação. Então, ele aponta a partir de uma barra (CDI – Course Deviation Indicator) se a aeronave se encontra na radial selecionada (quando permanece centralizada) ou se localiza-se à direita ou esquerda desta.

NAVEGAÇÃO POR SATÉLITE

A navegação por satélite é atualmente um dos métodos mais precisos de navegação e tem utilização amplamente difundida na aviação.

O sistema GPS (Global Positioning System) é dividido em três partes: espacial, de controle e utilizador. A parte espacial consiste em 24 satélites mantidos pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos da América, divididos em diferentes planos orbitais.

Por sua vez, o segmento de controle é o responsável por realizar o monitoramento desses satélites em órbita, ao passo que ao utilizador é atribuída a função de receptor dos sinais emitidos por tais satélites.

Utilizando esse método, a posição é determinada por um receptor a bordo da aeronave, que obtém sinais dos satélites em órbita e precisa sua posição em qualquer ponto da terra a qualquer horário do dia.

Como regra geral, o sistema GPS utiliza para seu funcionamento no mínimo 3 satélites para modo 2D e 4 satélites para modo 3D, em que se obtém informações sobre latitude, longitude e altitude.

Cada satélite e receptor possui um relógio interno extremamente preciso, o qual calcula o tempo que o sinal delonga para deixar o emissor e chegar até o receptor.

Esse cálculo é feito com precisão de nanosegundos e, juntamente com a triangulação de dados, determina sua posição com extrema exatidão, conforme evidencia a Figura:

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