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INSTRUÇÕES DE SOLO

A licença de piloto privado constitui o primeiro passo na formação de um piloto, que neste momento limita-se a atuar em aeronaves privadas, ou seja, sem remuneração ou qualquer forma de aproveitamento profissional e/ou comercial.

E o plano curricular da parte prática é composto por duas fases: a 1o Fase consiste na familiarização com a aeronave que será utilizada para instrução, conhecido como “Ground School”, onde serão apresentados os manuais, checklists e sistemas da aeronave, com o objetivo de ambientar o aluno à cabine de voo.

O Ground School ou Instrução de Solo tem o objetivo de familiarizar o aluno com a aeronave e seus procedimentos. E deve permitir ao aluno desenvolver o condicionamento da manipulação dos equipamentos, através da repetição de exercícios, que o levará a operá-la nos limites da segurança.

E a 2º fase, que constitui a prática de voo propriamente dita, estruturada em 3 etapas distintas (pré-solo, aperfeiçoamento e navegação), de modo que o aluno desenvolva, de forma progressiva e dentro dos padrões exigidos, a habilidade e perícia necessários à operação de uma aeronave com segurança.

Para cada fase há um plano de missões e um programa de instrução, os quais incluem os níveis de aprendizagem e os exercícios que devem ser realizados em cada missão.

A fase de pré-solo é composta por 20 horas de voo, com o objetivo de tornar o aluno capacitado para conduzir o avião em voo solo e resolver possíveis emergências em voo. Nesta fase, o aluno deverá aumentar seu rendimento através de um processo contínuo e gradual, de modo a atingir a proficiência desejada.

A fase de aperfeiçoamento possui em média de 10 horas de voo e pode ser maior, de acordo com o rendimento do aluno. Possui os objetivos de aperfeiçoar as habilidades de pousos e decolagem, assim como efetuar diversas formas de enquadramento de pista em aproximações, mediante julgamento nas relações de altura, distância e vento para as diferentes configurações de pouso. Recomenda-se nesta fase a realização de missões-solo, decolagens e pousos curtos e com obstáculos.

E na fase de navegação, que é composta por no mínimo 10 horas de voo, objetiva-se que ao final desta fase que o aluno seja capaz de conduzir o avião em segurança, através de rotas estabelecidas, com a noção correta de direcionamento, e utilizando os meios auxiliares de orientação e de comparação das representações geográficas de mapas e cartas com os pontos de referência no solo.

Que são avaliados de acordo com uma classificação de níveis de aprendizagem expostos na Tabela.

E no âmbito desta disciplina, você terá a oportunidade de compreender todos os processos que devem ser realizados antes de cada voo na sua formação como piloto, como o Ground School, Planejamento, Inspeção do avião, Checklist, Missões práticas, entre outros.

O Ground School consiste em uma instrução técnica sobre a aeronave adotada para a prática de voo que, conforme está previsto pela ANAC, tem a duração de 5 (cinco) horas e está dividida em duas etapas:

  • 1º etapa: Nessa fase inicial da parte prática, o piloto-aluno receberá um mínimo de 2 (duas) horas de aula e o respectivo material didático, contendo todas as informações técnicas sobre a aeronave de instrução que será utilizada em todas as fases da parte prática. No prazo mínimo de 48 horas após essas aulas, a escola deverá aplicar um teste escrito para avaliar o grau de conhecimento do piloto-aluno. Somente depois de aprovado nesse teste é que a escola deverá dar início à instrução no solo (prática de nacele ou de cabine), a ser totalmente realizada com a aeronave estacionada.

Ou seja, a prática das instruções de solo deverá ser iniciada após a aprovação do aluno no teste relativo a “Conhecimentos Técnicos da Aeronave de Instrução” (Prova), abrangendo os conhecimentos teóricos sobre a aeronave, transmitidos por ocasião da instrução técnica do equipamento.

  • 2º etapa: Essa instrução, com um mínimo previsto de 3 (três) horas de duração, será́, obrigatoriamente, conduzida por instrutor de voo, já́ que tem por finalidade a adaptação do piloto aluno à aeronave de instrução.

Nessa etapa do ground school, o aluno começará́ a:

  1. Exercitar a utilização coordenada dos controles (ou comandos) de voo.
  2. Manipular os equipamentos e os sistemas de acionamento dos diversos instrumentos de bordo.
  3. Exercitar partidas e “cortes” do motor.
  4. Visualizar e monitorar o funcionamento dos instrumentos de controle de voo e do motor.

Desta forma, a Instrução no Solo consiste na preparação do aluno para o
voo, através de práticas na aeronave de instrução, parada, e com o
auxílio e a orientação direta de um instrutor qualificado, que estará a
bordo da aeronave.

O objetivo é ambientar o piloto-aluno à cabine de voo pela identificação, verificação, funcionamento, monitoramento e manuseio dos mecanismos dos equipamentos de bordo, bem como pelo acionamento e pela visualização da reação dos comandos (ou controles) de voo da aeronave e demais instrumentos que exijam manipulação.

Esta etapa também pode ser conhecida como nacele, onde por mais simples que possa parecer para o instrutor, este já familiarizado com as rotinas de uma determinada aeronave, o aluno, mesmo após o ground school completo e já de posse de um checklist, normalmente apresenta muitas dúvidas sobre como fazer um cheque em um determinado equipamento, a sequência com que as ações devem ser realizadas e quando conjugar as ações do checklist com as do Manual de Operações da escola.

Como exemplo prático, nesta etapa o aluno irá compreender a cabine de comando da aeronave, bem como o funcionamento de cada um dos instrumentos.

Para realizar o treinamento em nacele, o aluno estar no assento do piloto e realizar os seguintes treinamentos:

  • Inicialmente, o aluno deve mentalmente dividir o cockpit na sua frente em lado esquerdo e lado direito. Os equipamentos à esquerda do aluno devem ser operados com a mão esquerda. Já os equipamentos a direita do aluno devem ser operados com a mão direita.

  • Num segundo momento, o aluno deve se acostumar com o tato e distância de cada botão, switch e equipamento. Por exemplo, o switch que liga o farol de pouso está no canto do painel e é um botão de plástico rígido, o aluno deve ser capaz de diferenciar ele do switch de luz de navegação que fica imediatamente ao lado.

  • Posteriormente, após o aluno já ter uma noção da localização, distância e tato de cada botão, switch e equipamento, o aluno deve operá-los sem olhar diretamente para eles. Por exemplo, o aluno
    deve ficar olhando para fora da aeronave e colocar a mão sobre o switch que liga o farol de pouso, após o aluno deve colocar a mão na seletora de combustível, etc.

  • Após certo treinamento, é desejável que o aluno seja capaz de realizar os principais checklists sem precisar “ficar procurando” o switch desejado. Por exemplo, digamos que o cheque após decolagem seja composto de: ajuste de potência, recolher flapes, desligar farol de pouso e ativar o radar meteorológico da aeronave. Idealmente o aluno deve ser capaz de colocar a mão sobre o botão,
    switch ou equipamento adequado e iniciar o ajuste sem que para isso precise desviar sua atenção do exterior da aeronave e/ou instrumentos de voo principais.

  • Por fim, acompanhado de instrutor deve-se realizar o chamado “teste de olhos vendados”, momento no qual o instrutor questiona ao aluno a localização de botões, switches e equipamentos, devendo o aluno ser capaz de localizar os itens solicitados pelo instrutor dentro do cockpit de forma rápida e sem olhar. Idealmente o instrutor deve focar na realização de procedimentos de rotina, tais como cheque após decolagem, cheque pré-pouso.

Tudo isso e muito mais vai estar “embaralhado” na cabeça do aluno. A hora de nacele orientada visa justamente apresentar ao aluno, ainda que de forma estática e dentro da cabine, o quê, quando e como deve ser executado.

Este tipo de treinamento, se diligentemente procedido, vai evitar, desde o início, eventuais problemas de interpretação daquilo que talvez só tenha sido explicado em sala de aula, longe da aeronave.

A critério da escola, ao final da sessão, em função do desempenho do piloto-aluno e sob o comandamento do instrutor, poderá́ ser autorizada a realização de deslocamentos com a aeronave no solo (taxiamentos).

Por fim, a Instrução de Solo que levará o aluno a adquirir mais tranquilidade e confiança para iniciar a prática de voo, certamente irá refletir de forma positiva no seu rendimento. E as cinco horas-aulas previstas para a instrução terrestre poderão ser ampliadas em função da necessidade de melhorar o desempenho do aluno.

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