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HÉLICES

A hélice é um aerofólio rotativo que converte a potência produzida pelo motor em força de tração. E durante a rotação da pá da hélice no ar a aceleração do fluxo de ar na parte superior da pá resultará na queda na pressão em relação à parte inferior, produzindo parte da tração produzida pela hélice.

A pá da hélice é dividida em seções na forma de aerofólios, e cada uma destas seções possui um ângulo de torção. As seções localizadas próximas ao cubo possuem maiores ângulos de torção e são responsáveis pela maior parte da tração produzida pela hélice.

Próximo a ponta da hélice o ângulo de torção é menor. Nas figuras abaixo podemos visualizar melhor o que vem a ser a torção da pá da hélice, e de como a torção e as características do aerofólio variam ao longo das seções da pá.

PASSO E TIPOS DE HÉLICES

A hélice gira ao mesmo tempo em que avança, portanto, as pás perfazem uma trajetória em espiral. Devido aos ângulos das pás, a hélice deveria teoricamente funcionar como um parafuso, avançando uma distância a cada rotação completa.

Essa distância imaginária chama-se passo teórico. Entretanto como o ar não é um sólido, existe uma perda aerodinâmica denominada como “recuo” e o que a hélice de fato avança é chamado avanço ou passo efetivo.

As hélices ainda poderão ter a alteração no seu ângulo para funcionar bem em diferentes situações. Portanto ainda poderemos classifica-las como hélices:

  • De passo fixo: Aquelas que não permitem alteração no passo e só funcionam bem em determinadas velocidades e rotações para as quais foi construída.
  • De passo ajustável: Aquelas que o passo pode ser alterado em solo, com ferramentas adequadas por um mecânico. Funciona bem na condição que for ajustada.
  • De passo controlável ou variável: Aquelas que o passo pode ser alterado em voo, pelo piloto ou automaticamente. Funcionam bem em qualquer condição de voo.

EFEITOS DA HÉLICE

Durante o voo de aeronaves monomotoras, é possível perceber que a aeronave terá uma tendência de rolagem para a esquerda, principalmente na decolagem. Esta tendência é causada basicamente por quatro fatores.

Conheça cada um deles.

  • Torque: A hélice gira no sentido horário – tendo como referência a vista da cabine – e a força produzida por ela tende a girar o avião sobre o seu eixo longitudinal no sentido anti-horário.
  • Esteira: durante a rotação no sentido horário da hélice, o ar é jogado para trás num movimento helicoidal que atinge o leme pelo lado esquerdo. Ao atingir o leme o ar jogará a cauda para a direita e o nariz da aeronave para a esquerda, resultando numa guinada para a esquerda.

  • Carga assimétrica (fator P): quando voando com ângulo de ataque elevado ou durante a decolagem – em aeronaves convencionais – o eixo de rotação da hélice fica inclinado para cima, esta inclinação fará com que a pá da hélice que desce tenha um ângulo de ataque maior do que a pá que sobe, ocasionando uma guinada para a esquerda.
  • Efeito giroscópico: a rotação da hélice de uma aeronave apresenta todas as características de um giroscópio – rigidez e precessão. Logo, toda vez que uma força é aplicada para mover a hélice para fora de seu plano de rotação, uma força resultante ocorre na direção da rotação a 90° da direção da força aplicada.

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